Matriz de decisão: 7 passos para fazer + modelo para download

Escrito por Roberto Gil Espinha

27 maio 2024

11 min de leitura

Diante de múltiplas opções e informações complexas, encontrar a melhor escolha pode ser um desafio desafiador. É aí que entra a matriz de decisão, uma ferramenta poderosa que transforma decisões complexas em processos claros e estruturados. 

O que é uma matriz de decisão? 

A matriz de decisão é uma matriz que irá comparar as alternativas disponíveis de decisão com base em critérios relevantes para avaliar essas opções. 

Assim, esta é uma ferramenta extremamente útil em projeto e decisões complexas, em que há muitas variáveis a serem consideradas e a escolha não é clara.  

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Para que serve uma matriz de decisão? 

A matriz de decisão é uma ferramenta que facilita a tomada de decisões complexas, especialmente quando há múltiplos fatores a serem considerados. Por isso, ela serve para:  

Tomar decisões embasadas 

Uma matriz de decisão permite avaliar critérios objetivos e mensuráveis para tomar decisões com base em dados concretos. Com isso, as ações escolhidas são mais consistentes e racionais, priorizando projetos e ações de maior valor.

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Evitar conflitos de interesse  

Ao estabelecer critérios analíticos, a matriz de decisão minimiza a influência de interesses pessoais e corporativos na tomada de decisão.  

Tornar o processo de decisão mais veloz e transparente 

A matriz de decisão aumenta a transparência ao documentar explicitamente as razões por trás das escolhas feitas, o que facilita a aceitação das decisões pelos stakeholders

Padronizar e adaptar o processo a diferentes contextos 

Uma matriz de decisão pode ser adaptada a diferentes tipos de decisões. Com isso, ela pode ser utilizada em todos os processos decisórios de uma organização, garantindo consistência e padronização nas escolhas tomadas.  

Agora que você já sabe qual a função de uma matriz de decisão, entenda como ela funciona!  

Como funciona a matriz de decisão? 

A matriz de decisão é composta por dois eixos: um que representa as opções de decisão disponíveis e outro os critérios relevantes para avaliar as opções.

Critério 1Critério 2Critério 3
Opção 1
Opção 2
Opção 3

A partir desses dois elementos, cada célula da matriz é preenchida com uma pontuação. Esse número indicará o grau de atendimento de cada opção em relação ao critério estabelecido. 

Critério 1Critério 2Critério 3Total
Opção 132510
Opção 245312
Opção 31348

Depois de preencher a matriz com as pontuações correspondentes, é possível usar diferentes métodos de análise para avaliar e comparar as opções e, assim, tomar uma decisão informada.  

Em resumo, é assim que funciona a matriz de decisão. Mas, na prática ela pode ser um pouco mais complexa de ser montada, por isso, elencamos 7 passos para fazê-la, confira!  

7 passos para fazer uma matriz de decisão 

1. Entenda o problema a ser resolvido 

O primeiro passo para fazer uma matriz de decisão é definir claramente qual o problema ou a decisão a ser tomada. Aqui é importante entender o contexto do negócio e todas as circunstâncias que envolvem a decisão, como causas, obstáculos, soluções, objetivos etc. Para isso, pergunte-se: 

  • Qual a situação atual?  
  • Qual o objetivo desejado?  
  • Quais desafios impedem o alcance dos objetivos? 
  • Quais medidas já foram tomadas?  

2. Identifique as alternativas 

Depois de entender claramente o problema que você precisa resolver, é preciso identificar também quais são as alternativas para solucioná-lo. Nessa etapa, pode ser interessante fazer reuniões de brainstorm e conversar com pessoas de diferentes áreas de conhecimento e experiência para obter novas ideias.  

Após ter as ideias, crie uma lista com todas as opções viáveis e selecione as que você quer analisar mais a fundo na matriz. 

Importante!  

A lista de alternativas selecionadas será um dos eixos da matriz, por isso, evite incluir opções em excesso, pois isso pode tornar a matriz mais complexa e difícil de analisar. 

3. Defina os critérios de avaliação 

O outro eixo da matriz será composto pelos critérios que são importantes para sua decisão. Definir os critérios de avaliação é entender o que você irá considerar para escolher a melhor opção.  

DICA!  

Aqui, é comum estabelecer pesos aos critérios para refletir sua importância real. Geralmente isso é feito usando uma escala de 1 a 5, em que 1 indica pouca importância e 5 indica muita importância. 

Por exemplo, se você definir como critérios “custo de manutenção”, “qualidade do serviço” e “margem de lucro” e considerar o custo como um fator de decisão mais importante, então você atribuirá peso 5 para este critério e peso 4 para os outros.  

4. Crie a matriz  

Com os dois eixos definidos, é o momento de realmente avaliar as opções com base nos critérios. Para cada critério estabelecido, avalie cada opção e atribua a ela uma pontuação. Aqui, também costuma-se utilizar uma escala numérica de 1 a 5, mas, agora, 1 indica baixo atendimento ao critério e 5 indica alto atendimento. 

Por exemplo, se o fator considerado for “custo”, o projeto que custa mais terá uma pontuação 5, enquanto outro mais econômico pode ter valor 2, dependo da sua análise.  

5. Calcule a pontuação total de cada alternativa 

Para cada alternativa estabelecida, multiplique a pontuação de cada critério por seu peso respectivo. Some os resultados para obter a pontuação total da opção. 

6. Analise os resultados e tome uma decisão 

Compare as pontuações totais de cada opção. Aquela com a pontuação total mais alta geralmente é a melhor escolha.

Lembre-se!  

A matriz de decisão é uma forma de quantificar a escolha de ações, mas, não se esqueça de avaliar fatores como histórico, riscos e tendências de mercado antes de tomar a decisão de fato.  

7. Monitore e avalie sua decisão 

Após implementar sua decisão, monitore os resultados e avalie se ela foi eficaz. Se necessário, faça ajustes à sua decisão com base em novas informações e faça uma nova matriz de decisão. 

Exemplo de matriz de decisão 

Vamos utilizar como exemplo uma empresa que deseja escolher um projeto para ser implementado entre três opções disponíveis. Para fazer esta escolha, ela estabeleceu como critérios: custo, esforço, ROI (retorno sobre o investimento) e valor gerado.  

Ainda sobre esses critérios, a empresa definiu que o ROI e o valor gerado são os fatores mais importantes, tendo peso 5. Quando ao custo, este também é relevante, mas menor expressividade, recebendo peso 4. Por fim, o esforço foi considerado como peso 3.  

Com todos os dados base estabelecidos, a empresa pode montar a matriz de decisão, que ficou da seguinte forma:  

Tabela 1-matriz-de-decisao

Em uma primeira análise, a empresa verificou que:  

  • Projeto A: tem um custo moderado (3), exigirá um esforço considerável (4), promete um ROI alto (5) e oferece um bom valor para a empresa (4). 
  • Projeto B: tem um custo um pouco mais alto (4) do que o Projeto A, mas exige menos esforço (3). Seu ROI é um pouco menor (4) e seu valor gerado para a empresa também é menor (3) em comparação com o Projeto A. 
  • Projeto C: tem o menor custo (2) dos três, mas requer o maior esforço (5). Seu ROI é um pouco mais baixo (3), mas é avaliado como tendo o maior valor para a empresa (5). 

Agora, para tomar a decisão de vez, a empresa precisa fazer os cálculos de acordo com os pesos estabelecidos:  

Projeto A

  • Pontuação ponderada para Custo: 4 * 3 = 12 
  • Pontuação ponderada para Esforço: 3 * 4 = 12 
  • Pontuação ponderada para ROI: 5 * 5 = 25 
  • Pontuação ponderada para Valor: 5 * 4 = 20 
  • Pontuação total: 12 (Custo) + 12 (Esforço) + 25 (ROI) + 20 (Valor) = 69 

Projeto B

  • Pontuação ponderada para Custo: 4 * 4 = 16 
  • Pontuação ponderada para Esforço: 3 * 3 = 9 
  • Pontuação ponderada para ROI: 5 * 4 = 20 
  • Pontuação ponderada para Valor: 5 * 3 = 15 
  • Pontuação total: 16 (Custo) + 9 (Esforço) + 20 (ROI) + 15 (Valor) = 60 

Projeto C

  • Pontuação ponderada para Custo: 4 * 2 = 8 
  • Pontuação ponderada para Esforço: 3 * 5 = 15 
  • Pontuação ponderada para ROI: 5 * 3 = 15 
  • Pontuação ponderada para Valor: 5 * 5 = 25 
  • Pontuação total: 8 (Custo) + 15 (Esforço) + 15 (ROI) + 25 (Valor) = 63 
Tabela-2-matriz-de-decisao

Depois de calcular as pontuações ponderadas para cada projeto, a empresa encontrou que o projeto A é a melhor escolha segundo os dados definidos, cabendo ao gestor analisar de decidir se de fato esse será o projeto implementado.  

Matriz de decisão Vs outros modelos de tomada de decisão 

A matriz de decisão é uma ferramenta muito útil para a tomada de decisões complexas, mas nem sempre é o método mais adequado. Dessa forma, é importante considerar outras opções e escolher a ferramenta que melhor se encaixa na sua situação específica. 

Matriz de decisão 

  • O que é: Matriz que relaciona alternativas e critérios, permitindo a comparação sistemática das ações. 
  • Vantagens: estrutura clara, facilita a análise comparativa e quantificação de critérios.  
  • Desvantagens: pode ser complexa para muitos critérios ou opções, nem sempre captura fatores qualitativos.  
  • Ideal para: escolher entre opções bem definidas com critérios quantificáveis. 

Matriz de Eisenhower 

  • O que é: matriz que classifica tarefas com base em urgência e importância, ajudando a entender as prioridades.  
  • Vantagens: eficaz para gerenciar tarefas, auxilia no controle de prazos apertados.  
  • Desvantagens: não leva em consideração outros critérios além de urgência e importância. 
  • Ideal para: priorizar tarefas com prazos definidos. 

Matriz GUT  

  • O que é: matriz que avalia projetos ou ideias com base em Gravidade, Urgência e Impacto (GUT). 
  • Vantagens: quantifica o impacto negativo de diferentes opções, útil para identificar riscos e oportunidades de mitigação. 
  • Desvantagens: requer mais tempo e esforço para ser preenchida, nem sempre captura todos os aspectos de um problema. 
  • Ideal para: priorizar projetos com base em seu impacto. 

Matriz SWOT 

  • O que é: matriz que analisa Pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Ameaças de um negócio ou projeto. 
  • Vantagens: fornece uma visão ampla da situação, considera fatores internos e externos, útil para planejamento estratégico.  
  • Desvantagens: pode ser subjetiva e difícil de quantificar, foco no passado e presente, não define a melhor escolha. 
  • Ideal para: analisar a situação atual de uma empresa, produto, projeto ou iniciativa 

| Matriz SWOT em 3 passos

Cada método tem suas próprias vantagens e aplicações específicas. A escolha do método adequado dependerá da natureza da decisão, das informações disponíveis e das preferências dos gestores. 

Modelo de matriz de decisão para download 

A matriz de decisão é uma ferramenta poderosa para tomar decisões complexas, comparar opções de forma organizada e fazer escolhas estratégicas. Ao estruturar suas opções, critérios e pesos, você elimina a ambiguidade e a intuição, tomando decisões mais confiáveis e assertivas. 

Pronto para começar?  

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Dúvidas frequentes

O que é matriz de decisão?

Matriz de decisão é uma matriz que compara alternativas disponíveis de decisão com base em critérios relevantes para avaliar essas opções.

Como montar uma matriz de decisão?

A matriz de decisão é composta por dois eixos: alternativas para a decisão e critérios relevantes de análise. Portanto, para montar a matriz de decisão, é preciso estabelecer quais são suas opções e critérios analíticos.  

Como fazer uma matriz de decisão passo a passo?

Para fazer uma matriz de decisão é preciso seguir 7 passos: 

1. Entenda o problema a ser resolvido  
2. Identifique as alternativas 
3. Defina critérios de avaliação 
4. Crie a matriz  
5. Calcule a pontuação total de cada alternativa 
6. Analise os resultados e tome uma decisão 
7. Monitore a decisão 

Roberto Gil Espinha
Com mais de 20 anos de experiência em projetos com especial ênfase em Finanças e TI, vários destes como executivo da Datasul, atual Totvs. Atualmente é sócio Diretor da Euax, e lidera a equipe que desenvolve e comercializa o Artia, uma ferramenta inovadora voltada para a Gestão de Projetos. Também atua como consultor em empresas na estruturação de seus processos e metodologias de gestão de projetos, infra de TI e na adoção de boas práticas de engenharia de software. Bacharel em Administração de Empresas, com especializaçõe em Gestão Empresarial pela FGV-RJ e em Engenharia de Software pela PUC-PR. Certificado PMP e PMI-ACP pelo PMI, ITIL Foundation pelo EXIM e CSM, CSP pela Scrum Alliance.