Design Thinking: aprenda como o pensamento inovador eleva o potencial competitivo

Design Thinking: aprenda como o pensamento inovador eleva o potencial competitivo

Escrito por Roberto Gil Espinha

15 abr 2024

13 min de leitura

Em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico, a capacidade de inovar tornou-se um diferencial necessário para o sucesso de todas as organizações. Nesse contexto, o design thinking surge como um importante elemento, pois busca encontrar soluções que sejam não apenas funcionais, mas que também agreguem valor significativo ao usuário.  

O que é design thinking? 

O design thinking é um processo utilizado para resolver problemas de forma criativa e inovadora.

Segundo a IDEO U, empresa de design que popularizou o uso deste processo, o design thinking é centrado na necessidade das pessoas, porque une o que é desejável pelo ser humano ao que é tecnológica e economicamente viável.

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Para isso, o design thinking é:  

  • Centrado no ser humano: a ideia é entender as necessidades e desejos das pessoas para desenvolver soluções que realmente sejam úteis. 
  • Colaborativo: para gerar soluções inovadoras, é preciso compartilhar diferentes perspectivas e incentivar ideias criativas.  
  • Experimental: o design thinking constrói protótipos rápidos e baratos a fim de testar as ideias, receber feedback e aprimorar as soluções. 
  • Iterativo: o design thinking não é um processo linear, porque, a partir dos feedbacks, pode ser necessário voltar para etapas anteriores do processo e refinar as ideias. 

Para o que serve o design thinking?  

O design thinking é extremamente útil para resolver problemas complexos.  

Inicialmente, esse processo era utilizado apenas no design. Mas, dado sua eficácia, hoje, ele é aplicado em diferentes áreas, servindo para melhoria de processos, inovação organizacional e resolução de problemas em geral. 

Uma dessas áreas que muito se beneficiam do design thinking é a gestão de projetos. Projetos que adotam esse método têm uma vantagem significativa, pois são mais propensos a ter um escopo bem alinhado, corrigir mais rapidamente as falhas e oferecer um valor agregado muito maior ao cliente. 

| Leia também: projetos de inovação: o guia para elevar sua competitividade organizacional 

Qual é a importância do design thinking nos projetos? 

Se o design thinking resolve problemas complexos, ele é importante para promover a inovação e desenvolver projetos de maior impacto.

Ao integrar o design thinking na gestão de projetos, as equipes são capacitadas a pensar de maneira mais colaborativa, criativa e focada no usuário. Isso resulta em uma série de benefícios tangíveis, como:

  • Compreensão das necessidades dos stakeholders;
  • Desenvolvimento de soluções que realmente geram valor;
  • Criação de produtos e serviços inovadores que se destacam no mercado;
  • Redução dos riscos associados ao lançamento de novos produtos ou serviços;
  • Redução de custos ao evitar retrabalho e ajustes desnecessários;
  • Otimização de processos para garantir eficiência e qualidade;
  • Incentivo de uma cultura organizacional de inovação e adaptabilidade.

Agora que você sabe o básico do design thinking, vamos entrar em mais detalhes de como ele funciona de fato. Saiba mais!

3 pilares do design thinking 

O design thinking é sustentado por três pilares fundamentais: empatia, colaboração e experimentação. Vamos entender melhor cada um deles: 

Empatia 

É a capacidade de se colocar no lugar do usuário e entender suas necessidades, desejos, frustrações e desafios. Esse elemento é fundamental para identificar os problemas que realmente precisam ser resolvidos e desenvolver soluções que atendam às expectativas dos usuários. 

Colaboração 

O design thinking valoriza a colaboração e a construção de equipes multidisciplinares, porque, através da diversidade de pensamentos é possível sair da mesmice e encontrar soluções criativas.  

Experimentação 

Em vez de tentar encontrar a solução perfeita desde o início, o design thinking encoraja a construção de protótipos simples e de baixo custo para testar as ideias, aprender com os erros e iterar rapidamente.  

Esses três elementos são a base do pensamento do design thinking, mas, como todo processo, ele também pode seguir algumas etapas e utilizar ferramentas que auxiliem a executá-lo. Confira a seguir!  

Etapas do design thinking 

As etapas do design thinking não são fixas e bem definidas. Dependendo da organização, há variação de nomes das etapas e quantidade de passos (entre 4 e 6, geralmente).

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6 etapas do design thinking: Empatia, Definição, Ideação, Prototipagem, Teste e Implementação

Importante!  

O design thinking não é um processo linear. Então, a divisão desse processo em etapas é apenas uma forma metodológica de explicá-lo.

1. Empatia

O primeiro passo do design thinking é entender o problema ou desafio. Através de técnicas como entrevistas, pesquisas e observação, a equipe busca se colocar no lugar do usuário e compreender suas necessidades, desejos, frustrações e desafios.  

2. Definição

Após se colocar no lugar do usuário, a equipe deve formular o questionamento que orientará a busca por soluções. Esta etapa se refere a definir claramente o problema a ser resolvido.

3. Ideação

Aqui, o objetivo é gerar uma grande quantidade de ideias para abordar o problema de maneiras diversas e inovadoras. Através de brainstorming, mapeamento mental e outras ferramentas de criatividade, a equipe explora diferentes possibilidades para solucionar o problema definido, focando na variedade de soluções sem se preocupar com a viabilidade neste primeiro momento.

4. Prototipagem

Nesta etapa, as ideias mais promissoras da fase anterior são transformadas em protótipos, que podem variar em complexidade, dependendo do estágio do processo. O objetivo é criar representações tangíveis das soluções propostas para testar e iterar rapidamente.

5. Teste

Os protótipos são apresentados aos usuários para que possam testá-los e fornecer feedback. A equipe deve observar como os usuários interagem com o protótipo, identificando pontos positivos e negativos para refinar o protótipo e melhorar a solução. 

É importante lembrar que o design thinking é um processo iterativo, e as etapas podem se sobrepor ou serem revisitadas ao longo do tempo. Então, a depender do feedback recebido, pode ser necessário voltar às etapas anteriores.  

6. Implementação

Na última etapa, as soluções já refinadas são implementadas de fato no mercado. Isso pode envolver a criação de planos de implementação, comunicação eficaz com stakeholders e a criação de uma narrativa convincente para apoiar a adoção das soluções. 

| Leia também: 5 passos para fazer a gestão da inovação e aumentar a competitividade nos negócios 

Ferramentas e métodos para usar durante o design thinking 

Duplo Diamante 

O Duplo Diamante é uma forma conceitual de representar o processo de design thinking em duas fases distintas. Ele divide todas as etapas em dois estágios:  

  • Primeiro diamante (divergência): é a fase de compreensão do problema.  
  • Segundo diamante (convergência): é a fase de desenvolvimento e teste de soluções.
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O Duplo Diamante é uma ferramenta utilizada no Design Thinking

Brainstorm 

O brainstorm uma das técnicas de geração de ideias mais utilizadas no design thinking. A proposta é justamente gerar uma “chuva de ideias”, na qual o importante é alcançar um grande volume de ideias, independentemente de quão loucas ou impraticáveis possam parecer inicialmente.  

Mapas mentais 

Mapas mentais são diagramas visuais que representam ideias, conceitos e informações de forma organizada e conectada. Eles são frequentemente utilizados para organizar pensamentos depois da geração de ideias, auxiliando o planejamento de projetos e tomada de decisões. 

Mapa de empatia 

Um mapa de empatia é uma ferramenta que ajuda a entender melhor as necessidades, desejos, sentimentos e motivações dos usuários. Ele normalmente tem quatro quadrantes que representam o que o usuário: 

  • Diz: o que o usuário diz explicitamente sobre suas necessidades e experiências. 
  • Faz: comportamentos observáveis do usuário. 
  • Pensa: os pensamentos, sentimentos e crenças do usuário. 
  • Sente: as emoções e pontos de dor do usuário. 

MVP (Produto Mínimo Viável) 

O MVP, ou Produto Mínimo Viável, é uma versão simplificada de um produto ou serviço que possui apenas as características essenciais necessárias para ser lançado no mercado. Ao lançar um MVP cedo, a empresa pode aprender rapidamente e garantir que está construindo algo que os usuários realmente valorizam. 

Aprofunde seu conhecimento: cursos e livros de design thinking 

Cursos sobre design thinking 

IDEO U 

A IDEO U, consultoria global de design conhecida por popularizar o Design Thinking, oferece cursos online pagos em sua plataforma. 

  • Tipo de curso: Online 
  • Idioma: Inglês 
  • Preço: Pago 
  • Nível: Iniciante a Avançado 
  • Cursos: Fundamentos do Design Thinking | Estratégias de Inovação | Liderança para Mudanças | Storytelling para Influência | Habilidades Essenciais | Cursos para Equipes 

Alura 

O Alura é uma plataforma de educação online que oferece uma ampla gama de cursos. Seus cursos são projetados para atender a diferentes níveis de habilidade. 

  • Tipo de curso: Online 
  • Idioma: Português 
  • Preço: Gratuito e Pago 
  • Nível: Iniciante a Intermediário 
  • Cursos: Introdução ao Design Thinking | Design Thinking na Prática | Design Thinking para Produtos Digitais | Design Thinking para Negócios |Ferramentas e Técnicas de Design Thinking 

SEBRAE 

O SEBRAE é reconhecido como um dos institutos líderes no país quando se trata de empreendedorismo e negócios. 

  • Tipo de curso: Online e Presencial 
  • Idioma: Português 
  • Preço: Gratuito e Pago 
  • Nível: Iniciante a Intermediário 
  • Cursos: Introdução ao Design Thinking | Aplicação do Design Thinking em Negócios | Design Thinking para Inovação | Ferramentas e Técnicas de Design Thinking 

Livros sobre design thinking 

Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias (Tim Brown)  

Este livro é um clássico sobre Design Thinking e oferece uma introdução abrangente à metodologia. O livro explora os princípios fundamentais dessa abordagem inovadora, trazendo ensinamentos para para gerar soluções criativas com exemplos práticos e estudos de caso inspiradores.  

Design Thinking: manual para inovar em qualquer lugar (Jeanne Liedtka e Tim Ogilvie)  

Este livro é um guia prático para aplicar os princípios do Design Thinking em diferentes cenários, ajudando os leitores a desenvolver habilidades de inovação e resolução de problemas. Com uma abordagem acessível e exemplos do mundo real, Liedtka e Ogilvie demonstram como qualquer pessoa pode adotar o Design Thinking para impulsionar a criatividade em seus projetos e negócios. 

Design Thinking: inovando em negócios (Larry J. Leifer)  

Esta obra mergulha no potencial do Design Thinking como catalisador da inovação nos negócios. Com uma abordagem prática e orientada para resultados, o livro traz reflexões para líderes empresariais, gestores e profissionais interessados em aproveitar o poder do Design Thinking para impulsionar o sucesso empresarial. 

Change by Design: como o design thinking transforma organizações e inspira inovação (Tim Brown) 

Neste livro, Brown argumenta que o Design Thinking não é apenas uma metodologia, mas sim uma mentalidade que pode ser adotada para causar mudanças significativas e inspirar a inovação em todos os níveis de uma empresa. Através de histórias reais, o livro demonstra como as empresas podem se reinventar, criando produtos, serviços e experiências que atendam às necessidades emergentes dos clientes e se destaquem em um mercado competitivo. 

Design Sprint: A Practical Guidebook for Building Great Digital Products (Richard Banfield, Todd Lombardo e Trace Wax) 

Esta é uma obra que apresenta a metodologia do Design Sprint, uma abordagem que combina os princípios do Design Thinking com métodos ágeis. O livro oferece um passo a passo para realizar Sprints de design eficazes, desde a definição do problema até a prototipagem e teste de soluções.  

Sprint: how to solve big problems and test new ideas in just five days (Jake Knapp, John Zeratsky e Braden Kowitz) 

Esta obra foi escrita por designers da Google Ventures. Através da descrição detalhada do processo de Sprint desenvolvido na Google Ventures, os autores compartilham dicas e experiências sobre como realizar reuniões produtivas, prototipar soluções rapidamente e obter feedback dos usuários de forma eficaz.  

 DICA! Desing thinking + inovação 

O design thinking é um processo que visa promover soluções inovadoras. Ter essas ideias criativas e testá-las é muito importante, mas, na prática fazer isso pode ser mais complicado do que parece.  

Essa ferramenta, de fato, é muito útil. Mas, sozinha, ela acaba não abrangendo toda a complexidade que o mercado impõe às organizações. Por isso, para realizar produtos e serviços com mais sucesso, o ideal é utilizá-la em conjunto com processos de gestão de projetos!  

Quer descobrir como? Assista ao webinar: como gerenciar projetos de inovação!

FAQ Dúvidas frequentes

O que é design thinking?

O design thinking é um processo utilizado para resolver problemas de forma criativa e inovadora.

Quais são as etapas do design thinking?

O design thinking geralmente é dividido em 6 etapas: empatia, definição, ideação, prototipagem, teste, implementação.  

Quais são as principais características do design thinking?

O design thinking é um processo centrado no ser humano, colaborativo, experimental e iterativo.

Roberto Gil Espinha
Com mais de 20 anos de experiência em projetos com especial ênfase em Finanças e TI, vários destes como executivo da Datasul, atual Totvs. Atualmente é sócio Diretor da Euax, e lidera a equipe que desenvolve e comercializa o Artia, uma ferramenta inovadora voltada para a Gestão de Projetos. Também atua como consultor em empresas na estruturação de seus processos e metodologias de gestão de projetos, infra de TI e na adoção de boas práticas de engenharia de software. Bacharel em Administração de Empresas, com especializaçõe em Gestão Empresarial pela FGV-RJ e em Engenharia de Software pela PUC-PR. Certificado PMP e PMI-ACP pelo PMI, ITIL Foundation pelo EXIM e CSM, CSP pela Scrum Alliance.