Tomada de decisão: 5 passos para transformar problemas em solução

Escrito por Roberto Gil Espinha

14 out 2024

9 min de leitura

No mundo dos negócios, a tomada de decisão assume um papel estratégico e complexo, pois impacta diretamente o sucesso de projetos, o crescimento da empresa e sua capacidade de se adaptar a um mercado competitivo.  

Por isso, neste texto, você vai aprender mais sobre a habilidade de tomar decisões assertivas e fazer a diferença na sua organização. 

O que é a tomada de decisão? 

A tomada de decisão é um processo pelo qual indivíduos ou organizações identificam necessidades, avaliam opções e escolhem o melhor curso de ação. Assim, seu principal objetivo é auxiliar os profissionais a solucionarem as situações da melhor maneira possível.  

Por se tratar de um processo organizacional analítico, a tomada de decisão pode ser realizada de diversas formas. Mas, com as constantes incertezas e alta complexidade do mercado, o modelo baseado em dados têm sido um dos mais relevantes.  

Veja mais detalhes a seguir!  

Modelos de tomada de decisão 

A forma de tomar as decisões pode variar de acordo com a situação, a complexidade do problema e os recursos disponíveis. Os modelos mais comuns são:   

Modelo racional (baseado em dados) 

O modelo racional de tomada de decisão é baseado em uma abordagem lógica e estruturada, onde as decisões são tomadas de forma deliberada, seguindo uma sequência de etapas. O foco está em analisar todas as opções e alternativas com base em informações concretas, dados e lógica, para chegar à escolha mais otimizada. 

Aqui, essa base de dados muitas vezes é construída através de indicadores de desempenho e ferramentas de Analytics, que fornecem uma visão histórica dos projetos e facilita a compreensão dos cenários.  

Na gestão de projetos, ter um processo estruturado para a tomada de decisão é muito importante para lidar com as incertezas do mercado e manter a competitividade. Por isso, este é um dos modelos mais procurados pelos gestores.  

Indicado para

  • Situações em que há acesso a informações suficientes e tempo disponível para realizar análises detalhadas. 
  • Decisões importantes e estratégicas que exigem um alto nível de precisão. 

Modelo intuitivo 

O modelo intuitivo é baseado na experiência, intuição e percepção de quem toma a decisão. Em vez de seguir uma abordagem estruturada ou lógica, o decisor utiliza seu instinto e conhecimento adquirido ao longo do tempo para tomar decisões rapidamente, sem passar por todas as etapas formais de análise. 

Indicado para: 

  • Decisões de rotina ou em situações de extrema emergência que requerem uma resposta rápida. 

Modelo participativo 

O modelo participativo envolve a participação de múltiplos stakeholders na tomada de decisão.  As decisões são discutidas e analisadas coletivamente, com a contribuição de diferentes perspectivas e especialidades.  

O objetivo é chegar a uma decisão que tenha o apoio de todas as partes envolvidas. 

Indicado para: 

  • Decisões em que a ação requer o consenso ou apoio de diferentes áreas da organização. 

Modelo incremental 

O modelo incremental é utilizado quando as decisões são tomadas de forma gradual, com pequenos ajustes ao longo do tempo, em vez de uma grande decisão única. Esse modelo reconhece que nem sempre é possível fazer grandes mudanças de uma só vez, e que as decisões podem ser feitas de forma incremental, adaptando-se conforme novos dados surgem. 

Indicado para

  • Situações em que o ambiente é incerto ou volátil, e é difícil prever resultados a longo prazo. 

Qual modelo escolher? 

A escolha do modelo de tomada de decisão depende de diversos fatores, como: 

  • Complexidade do problema: problemas simples podem ser resolvidos de forma mais intuitiva, enquanto problemas complexos exigem uma abordagem mais racional. 
  • Tempo disponível: decisões urgentes podem exigir uma abordagem mais intuitiva, enquanto decisões estratégicas exigem mais tempo para análise. 
  • Importância da decisão: decisões com alto impacto podem exigir um processo mais participativo e estruturado. 
  • Cultura organizacional: a cultura da organização influencia a forma como as decisões são tomadas. 

Apesar dessas diferentes formas, se considerarmos que o ambiente de negócios está cada vez mais complexo e competitivo, confiar apenas na intuição ou em abordagens tradicionais pode levar a erros, ineficiências e perda de oportunidades. Por isso, o modelo baseado em dados costuma ser o mais vantajoso, se houver tempo para desenvolvê-lo.

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Veja a seguir os 5 passos para alcançar uma tomada de decisões confiável na prática!  

5 passos para tomar decisões baseadas em dados 

1. Identificação do problema 

O primeiro passo para tomar decisões é reconhecer que existe uma necessidade, desafio ou oportunidade que demanda uma decisão. Isso envolve entender a situação atual e identificar o problema real que precisa ser resolvido. 

Nesta etapa, é importante fazer perguntas como:  

  • Qual é a situação atual?  
  • Por que ela precisa de atenção?  
  • Quais são os sinais de que algo não está certo? 

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2. Coleta de informações 

Depois de identificar qual o ponto de atenção, é necessário reunir informações relevantes que ajudarão na análise e direcionamento da decisão. Esses dados podem ser quantitativos ou qualitativos e podem vir de fontes internas ou externas. 

Então, de início, colete dados que te permitam compreender o cenário em questão. Isso pode incluir dados de mercado, concorrentes, tendências, análises financeiras, feedback de clientes e análises de desempenho. 

Além disso, também é válido consultar especialistas que possam fornecer insights adicionais sobre a situação e documentar essas informações em relatórios e gráficos para análise futura.

3. Avaliação das alternativas 

Com as informações em mãos, o próximo passo é desenhar possíveis soluções e caminhos a serem seguidos. Aqui, o objetivo não é descartar nenhuma solução, ao contrário, é gerar o máximo possível de opções, mapeando critérios como custo, impacto, viabilidade e retorno esperado de cada uma delas. 

Por ser uma etapa de geração de ideias, é interessante que você organize as opções em listas de alternativas, podendo adicionar classificações que facilitem os próximos passos.  

4. Seleção da melhor alternativa 

Com base nos dados coletados, é o momento de selecionar a alternativa que será capaz de resolver o problema ou aproveitar a oportunidade com o menor risco possível. Dessa forma, é importante avaliar a viabilidade de cada alternativa, considerando recursos disponíveis, tempo, e outros fatores limitantes. 

Para fazer essa análise é comum realizar o uso de ferramentas analíticas, como matrizes de decisão, SWOT (análise de pontos fortes e fracos) ou GUT (gravidade, urgência e tendência) para ajudar na comparação. 

Matriz SWOT 

A Matriz SWOT é uma ferramenta amplamente usada para entender a posição estratégica de um projeto, negócio ou decisão. Ela organiza as informações em quatro quadrantes (pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças), os quais permitem uma visão clara dos fatores internos e externos que impactam a decisão. 

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Matriz GUT  

A Matriz GUT é uma ferramenta útil para avaliar e priorizar problemas ou ações com base em três critérios: 

  • Gravidade: Quão sério é o problema ou o impacto da decisão? Afeta o desempenho da empresa ou projeto de forma significativa? 
  • Urgência: Qual é a necessidade imediata de resolução? Quanto tempo temos para tomar uma decisão? 

Tendência: Qual é a probabilidade de o problema piorar com o tempo? Ele tende a se agravar ou pode ser controlado? 

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Análise de ROI  

O ROI é uma métrica financeira essencial para avaliar o retorno de um investimento. Na gestão de projetos, a análise de ROI ajuda a comparar diferentes alternativas e priorizar aqueles que oferecem maior retorno financeiro. 

Matriz de decisão 

A matriz de decisão é uma ferramenta que ajuda a comparar alternativas com base em critérios como impacto, esforço, viabilidade e demais critérios que sejam relevantes. As decisões são classificadas de acordo com esses critérios, indicando que aquelas com alto impacto, baixo custo e urgência alta devem ser priorizadas.

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Lembre-se! Com as alternativas comparadas e a decisão previamente tomada, é preciso obter aprovação das partes interessadas e documentar os motivos da escolha para comunicar a decisão aos membros do time. 

5. Implementação e acompanhamento 

Com a decisão tomada, a solução é implementada por meio de um plano de ação. Defina um cronograma, aloque recursos e delegue responsabilidades para implementar a solução escolhida.  

Além disso, durante a implementação, acompanhe os resultados de perto. Use os KPIs definidos para avaliar se a decisão está funcionando conforme o esperado e, se os resultados não forem os desejados, faça ajustes e reavalie a situação. 

Conclusão 

A tomada de decisão baseada em dados oferece uma abordagem estruturada e objetiva para lidar com escolhas estratégicas dentro da empresa. Seja para priorizar projetos no portfólio, adotar novas tecnologias, otimizar a alocação de recursos ou aumentar as vendas, a análise de dados fornece a base necessária para decisões mais informadas e eficazes.  

Ao utilizar dados confiáveis, você elimina suposições e aumenta a precisão de suas escolhas, garantindo que seus projetos e iniciativas estejam alinhados com os objetivos da organização. 

Então, se você deseja aprofundar seu conhecimento sobre como utilizar indicadores e métricas para decisões ainda mais estratégicas, baixe o guia completo do Artia sobre KPIs na Gestão de Projetos.

15. Ebook - KPIs na Gestão de Projetos
Roberto Gil Espinha
Com mais de 20 anos de experiência em projetos com especial ênfase em Finanças e TI, vários destes como executivo da Datasul, atual Totvs. Atualmente é sócio Diretor da Euax, e lidera a equipe que desenvolve e comercializa o Artia, uma ferramenta inovadora voltada para a Gestão de Projetos. Também atua como consultor em empresas na estruturação de seus processos e metodologias de gestão de projetos, infra de TI e na adoção de boas práticas de engenharia de software. Bacharel em Administração de Empresas, com especializaçõe em Gestão Empresarial pela FGV-RJ e em Engenharia de Software pela PUC-PR. Certificado PMP e PMI-ACP pelo PMI, ITIL Foundation pelo EXIM e CSM, CSP pela Scrum Alliance.