Gestão de projetos: como aumentar a sua sinergia empresarial

Escrito por Roberto Gil Espinha

14 Sep 2016

7 min de leitura

Se você tem dúvidas a respeito do conceito de sinergia empresarial, pense na situação bastante comum, especialmente na gestão de projetos, descrita abaixo.

Quem participa de muitas reuniões de trabalho provavelmente já ouviu algum participante soltar uma expressão nada formal para se referir a uma situação em que as atividades adjacentes estão dando mais trabalho e tomando mais tempo do que a atividade-fim.

“É o rabo abanando o cachorro!”

Deveria ser engraçado não fosse a triste realidade que essa metáfora desvenda: alguém está perdendo tempo com o que não agrega valor direto à estratégia empresarial e o coração do negócio está sendo deixado de lado.

E se o contexto for o de projetos estratégicos, as energias podem estar sendo direcionadas para ações que não agregarão tanto às entregas combinadas com o cliente.

A sinergia empresarial é uma das formas de amenizar esse problema no dia a dia e tornar mais eficiente a gestão de projetos. Vamos entender melhor esse contexto neste post!

O significado da palavra sinergia na rotina das empresas e na gestão de projetos

Conceitualmente, sinergia significa cooperação; um esforço para realizar alguma meta e atingir êxito no final.

Em uma visão mais filosófica, sinergia pode ser vista como o momento em que o todo é maior do que a soma das partes. Ou seja, o objetivo comum deve ser colocado em um nível de prioridade maior do que os objetivos específicos ou individuais.

Trazendo esse conceito para o mundo empresarial, temos que a sinergia empresarial é baseada no trabalho de uma equipe para superar os desafios de projetos ou de toda uma empresa em prol dos objetivos organizacionais.

E, para que isso aconteça, é preciso entrosamento entre os colaboradores, liderança ativa e participativa, além de técnicas e ferramentas para oferecer condições para que o entrosamento desejado se torne realidade e favoreça os projetos em andamento.

Sinergia em projetos é mais do que uma metodologia, é uma cultura organizacional

Em muitas empresas, já está internalizada uma cultura de rotina corrida:

  • E-mails enfileirados na caixa de entrada sem resposta em tempo hábil;
  • Demandas que se sobrepõem;
  • Reuniões em sequência;
  • Relatórios que apresentam visões divergentes da mesma situação;
  • Funcionários que não prestam contas da posição de seus trabalhos;
  • Projetos simultâneos;
  • Equipes dispersas em ambientes de trabalho diversificados;
  • Urgência sendo colocada sem critérios e sem distinção entre o que é realmente prioritário e o que não é.

Isso precisa mudar. Em lugar dessa rotina conturbada que prejudica o cumprimento de prazos e metas, a qualidade de vida no trabalho e a satisfação do cliente, é necessário que seja implementada e consolidada uma política interna de organização, distribuição de tarefas, definição clara de papeis e responsabilidades, atendimento a cronogramas e união entre as pessoas.

Só assim o objetivo comum no cotidiano empresarial e na gestão de projetos estratégicos pode superar dificuldades e vontades individuais, de uma área específica ou de apenas uma parte do processo.

É por isso que empresas que buscam diferencial competitivo precisam aprender a extrair vantagens de tecnologias de apoio à gestão, de processos e fluxos simplificados e de equipes que trabalham sinergicamente.

É preciso espírito de liderança para estimular a sinergia no gerenciamento de projetos

Provocar a mudança de cultura necessária para que o ambiente seja propício ao livre exercício da sinergia empresarial é papel das lideranças.

Aqui vão alguns caminhos de como um líder pode ser a mola propulsora para que essa forma de trabalho seja inserida no ambiente interno e esteja presente na gestão de todos os projetos:

1. O líder de equipes sinérgicas administra conflitos

Tornar uma equipe sinérgica é o mesmo que torná-la unida.

Assim, é preciso estimular nos membros da equipe um espírito colaborativo, um senso de pertencimento ao grupo e, principalmente, a capacidade de enxergar valor na contribuição do outro com humildade e inteligência emocional para perceber que nem sempre o seu processo é o mais importante da cadeia.

Esse tipo de postura ajuda a mitigar um comportamento muito comum no ambiente corporativo: a vaidade que faz com que funcionários e gerentes cultivem uma impressão errônea de que a sua parte do processo pode ser o pulo do gato para o sucesso da empresa ou que o negócio depende do seu conhecimento para sobreviver.

Incutir na cabeça de cada um da equipe que todos têm seu valor, mas que o valor coletivo é o que transforma a trajetória da empresa e a coloca em condições diferenciadas no mercado é o que todo líder deve buscar.

2. O líder de equipes sinérgicas é capaz de valorizar o potencial de cada colaborador

Funcionários motivados têm mais propensão a vestir a camisa de uma empresa ou de um projeto.

Então é preciso que os líderes valorizem a contribuição que cada colaborador traz para a empresa. E mais: o líder precisa estimular seus liderados a terem o olhar de reconhecimento para o que o outro colega oferece para o bom andamento dos projetos da empresa.

Com isso, cria-se um círculo virtuoso de ajuda e valorização mútuas, que só traz frutos benéficos ao dia a dia do trabalho. O resultado será percebido em ambientes de trabalho mais leves, equipes mais engajadas com metas e clientes mais satisfeitos com o cumprimento de seus acordos.

3. O bom gestor de equipes sinérgicas conta com apoio de ferramentas de gerenciamento do trabalho

Ter a visão autocrítica de que é impossível ser onipresente e acompanhar tudo o que se passa sob seu domínio de gestão é uma característica importante para administradores. Com isso, eles se sentem confortáveis para assumir que precisam de ajuda para oferecerem os resultados esperados.

Essa ajuda, nos dias atuais, vem da tecnologia. É ela que provê soluções que contribuem e muito para a organização do trabalho, análise da capacidade produtiva da equipe, acompanhamento do status de cada atividade, desempenho de equipes e gestão de métricas de performance de projetos.

É importante buscar no mercado esse respaldo e adotar soluções que ofereçam verdadeiros cockpits para que os gestores possam assumir a direção dos processos, a partir da visualização simples e objetiva de indicadores que ajudam a direcionar para onde devem ir os esforços das equipes e da organização como um todo, em prol de projetos empresariais.

Vale a pena investir na sinergia na gestão de projetos

Voltando ao conceito que iniciou este post, o de sinergia, já está claro que as estratégias se tornam mais fortes quando há uma soma de forças entre pessoas, processos e tecnologias. Quando há cooperação, interação e compartilhamento de informações, as empresas passam a trilhar rumos mais assertivos e alcançar com mais facilidade as metas traçadas em seus projetos.

Em meio a um cenário de competitividade crescente, transformar líderes e liderados em parceiros é um ato de sabedoria porque só assim as potencialidades de cada um são aproveitadas em prol dos objetivos estratégicos.

Não há dúvidas de que vale a pena investir nessa mentalidade e tornar a sinergia presente no dia a dia do negócio, em cada estratégia de gestão de projetos e também em ações isoladas.

Se a máxima “a união faz a força” faz algum sentido para você ou sua empresa, então a ideia que acabamos de defender parece interessante, não? Ajude-nos a disseminar a cultura da sinergia em gestão de projetos compartilhando este post nas redes sociais!

Roberto Gil Espinha
Com mais de 20 anos de experiência em projetos com especial ênfase em Finanças e TI, vários destes como executivo da Datasul, atual Totvs. Atualmente é sócio Diretor da Euax, e lidera a equipe que desenvolve e comercializa o Artia, uma ferramenta inovadora voltada para a Gestão de Projetos. Também atua como consultor em empresas na estruturação de seus processos e metodologias de gestão de projetos, infra de TI e na adoção de boas práticas de engenharia de software. Bacharel em Administração de Empresas, com especializaçõe em Gestão Empresarial pela FGV-RJ e em Engenharia de Software pela PUC-PR. Certificado PMP e PMI-ACP pelo PMI, ITIL Foundation pelo EXIM e CSM, CSP pela Scrum Alliance.
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